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segunda-feira, 4 de março de 2013

Cinco histórias sobre direitos humanos que você provavelmente desconhece



Tags tortura, defensores de direitos humanos, repressão





















Ao longo do último ano, milhares de civis foram brutalmente assassinados durante os confrontos na Síria, a população de Mali foi vítima de uma escalada dos abusos contra os direitos humanos e as mulheres no Afeganistão e no Paquistão continuaram a sofrer ampla discriminação. Mas, fora do espectro da mídia, alijados da atenção internacional, governos e grupos armados também cometem abusos contra os direitos de homens, mulheres e crianças em muitos outros países.
Estes são cinco deles:
Bolívia:
Sobreviventes de violações dos direitos humanos – como tortura e desaparecimento forçado – cometidas durante os regimes militares e autoritários (1964-1982) e seus familiares permanecem sentados em frente ao Ministério da Justiça, em La Paz, há quase um ano. Denunciam que as autoridades lhes negam reparações completas, inclusive indenizações financeiras, pelos abusos que eles ou seus entes queridos sofreram no passado.
Em março de 2004 foi aprovada uma lei relativa ao direito das vítimas de receber uma indenização pelos abusos sofridos. Segundo informações oficiais, das 6.000 solicitações recebidas, apenas 1.714 pessoas preenchiam todos os requisitos para serem beneficiadas. Os demais requerimentos foram recusados.

Sobreviventes de abusos e seus familiares denunciam que as condições impostas pelas autoridades para solicitar uma indenização foram extremamente restritivas. As autoridades pedem, por exemplo, atestados médicos às vítimas de tortura, certidões de óbito e outros documentos difíceis ou impossíveis de conseguir.
Em 8 de fevereiro deste ano, um homem agrediu Victoria López, uma das vítimas que estava em frente ao Ministério. Ele gritou com ela, queixando-se da presença da multidão na rua, e a agrediu com um pedaço de pau. O homem foi entregue à polícia que, em seguida, o libertou sem interrogá-lo.
Guiné-Bissau
Dez meses depois do golpe militar de abril de 2012, foram impostas medidas repressivas para calar as críticas às novas autoridades, ocorreram ataques aos direitos humanos e a supressão de liberdades fundamentais continua sendo habitual neste país da África ocidental. As manifestações continuam proibidas, jornalistas são perseguidos, acossados ou detidos, as execuções extrajudiciais realizadas na época do golpe não foram investigadas – e seus autores continuam em liberdade.
Em outubro, o jornalista independente António Ali Silva fugiu do país depois que soldados foram à sua casa e o ameaçaram de morte, segundo as informações. Anteriormente, Silva havia sido detido e surrado por escrever em seu blog sobre o chefe do Estado Maior das Forças Armadas. Além das violações dos direitos civis e políticos, a situação econômica e social piorou drasticamente no país após o golpe, levando a uma situação humanitária precária. Os alimentos são escassos e caros, escolas foram fechadas e os hospitais não possuem medicamentos básicos.
Macedônia
Ser cigano na Macedônia não é fácil, e para as mulheres ciganas a situação é ainda mais difícil, já que enfrentam altos níveis de discriminação quando tentam ter acesso à educação, conseguir trabalho ou receber atendimento médico. A taxa de abandono escolar de estudantes do sexo feminino é muito alta, o que, na opinião da Anistia Internacional, se deve, entre outros fatores, ao fato de os estereótipos sobre a falta de interesse dos pais ciganos na educação das meninas influírem muito nas expectativas dos professores de alunos ciganos.
As autoridades pouco fizeram para melhorar a situação – a pressão internacional levou apenas à adoção de medidas tímidas que nunca foram eficazmente aplicadas. Em janeiro de 2013, a Anistia Internacional publicou um documento sobre a falta de adoção, pelo governo macedônio, de medidas especiais para proteger os direitos das mulheres e meninas ciganas. O Comitê da ONU para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher está analisando suas conclusões.
Emirados Árabes Unidos
Escondido sob a fachada brilhante de arranha-céus ricamente decorados e dos sorrisos confiantes dos funcionários de direitos humanos dos Emirados Árabes Unidos está um lamentável histórico em matéria de direitos humanos. Atualmente, tortura-se no país com quase total impunidade e ativistas da oposição, entre os quais se encontram prisioneiros de consciência, são comumente detidos e encarcerados – em alguns casos, durante meses – sem acusação nem julgamento. Em 2011 foram impostas penas de prisão a cinco dissidentes.
Direitos fundamentais continuam sendo negados a trabalhadores estrangeiros, inclusive trabalhadoras domésticas. As mulheres são discriminadas na lei e na prática, e a pena de morte continua sendo imposta.
Em janeiro de 2013, o Conselho de Direitos Humanos da ONU examinou o histórico dos Emirados Árabes Unidos em matéria de direitos humanos – em 2008 o país havia se comprometido a obter avanços importantes. Na noite anterior, 94 ativistas haviam sido julgados por criticar o governo. A coincidência destes fatos destaca, até o momento, a superficialidade das promessas.
Vietnã
Em grande parte fora do radar da mídia, o Vietnã está se convertendo numa das maiores prisões para defensores e defensoras dos direitos humanos do sudeste asiático. Durante os últimos anos, o governo intensificou sua campanha de repressão à liberdade de expressão encarcerando dezenas de blogueiros, ativistas políticos pacíficos, escritores, advogados, empresários e até compositores.
Defensores dos direitos humanos frequentemente enfrentam penas de 10 anos de prisão após julgamentos que não são justos nem transparentes. Os tribunais utilizam acusações que evocam as obras de George Orwell, como “fazer propaganda contra o Estado” ou “atividades dirigidas a derrubar o governo”, apesar de a Constituição vietnamita garantir a liberdade de expressão.
Em 24 de setembro de 2012, para citar um exemplo, três blogueiros vietnamitas foram condenados a penas de entre quatro e doze anos de prisão por “divulgar propaganda contra o Estado”. Nguyen Van Hai, Ta Phong Tan e Phan Thanh Hai, que em 2007 fundaram o Clube de Jornalistas Vietnamitas Livres, faziam campanha em favor de uma imprensa livre e outras questões pró-democráticas. O julgamento durou apenas algumas horas, enquanto vários partidários dos blogueiros e seus familiares foram detidos para evitar que assistissem à audiência.

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