segunda-feira, 22 de abril de 2013
Manifestantes em prol dos direitos humanos fazem protesto em Cuiabá Membros de institutos, ONGs e estudantes fizeram protesto na capital. Deputado gerou polêmica após declarações contra grupos sociais.
Um grupo
de manifestantes de Cuiabá fez um protesto nesta sexta-feira (19) em prol dos
direitos humanos, além de criticar a permanência do pastor Marco Feliciano
(PSC-SP) na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara
dos Deputados. Feliciano é acusado de racismo e homofobia, após discursos polêmicos em
redes sociais sobre negros, homossexuais e mulheres.
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Os cerca
de 100 manifestantes se reuniram na Praça Alencastro, em frente à Prefeitura de
Cuiabá, e se posicionaram contra as declarações do deputado, através de
cartazes e depoimentos públicos. "As declarações dele vão contra tudo
aquilo que já discutimos e conquistamos no Brasil. Esses discursos só dão
espaço para fomentar a homofobia e a violência contra os negros, além de ir
contra os direitos que as mulheres já conquistaram", declarou ao G1
Clóvis Arantes, membro e presidente do Grupo Livremente.
Para a
documentarista Rizza Matos, de 26 anos, integrante do Instituto Humana Raça
Fêmina, da cidade de São Félix do Araguaia, a 1.159 quilômetros de Cuiabá, a
presença de Feliciano na Comissão é uma ameaça ao estado democrático.
"Você vê uma pessoa que representa um grupo religioso e que está
tentando impor os pensamentos religiosos. O estado é laico e não podemos
tolerar esse tipo de coisa. Não temos a intenção de criminalizar os evangélicos
ou cristãos, mas ele [Feliciano] quer impor dogmas religiosos na
sociedade", disse Rizza.
O universitário Vinícius Fernandes, de 20 anos, classificou o discurso de
Feliciano como 'agressivo'. "O discurso que ele implanta é machista, cheio
de ódio e vai contra a democratização. Não precisamos de Marco Feliciano para
dizer que negros são amaldiçoados ou que o homem e a mulher são a única forma
de amor", pontuou Vinícius.
O grupo também lembrou os crimes contra homossexuais na capital, como a de
Paulo Medina, dançarino de 38 anos assassinado a facadas no dia 14 de abril.
O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) disse na semana passada, após participar
da reunião de líderes partidários na Câmara, que não renunciará à presidência
da Comissão de Direitos Humanos. Indagado sobre a decisão de não renunciar, o
parlamentar do PSC afirmou: "Eu fico. Eu fui eleito democraticamente. Me
dêem uma chance de trabalhar."