quinta-feira, 29 de maio de 2014
Estudo revela que 80% dos brasileiros temem sofrer tortura se forem detidos
Monumento Tortura Nunca Mais, localizado na cidade de Recife, Pernambuco.
Estudo encomendado pela Anistia Internacional, para o lançamento da sua mais recente campanha global Chega de Tortura, aponta
que 80% dos brasileiros temem sofrer tortura no caso de serem detidos e
83% afirmam ser necessária a adoção de medidas firmes para eliminar
esta prática.
"Este estudo demonstra que para uma grande maioria no país existe o temor de sofrer tortura se estiver sob custódia do Estado. Este é um dado relevante e mostra que o Brasil ainda tem muito a avançar no que diz respeito ao arraigado uso desta prática em seu território”, afirma Alexandre Ciconello, assessor de direitos humanos da Anistia Internacional Brasil.
Os dados relativos ao Brasil fazem parte de um estudo global sobre as atitudes com relação à tortura realizado pela Anistia Internacional em 21 países de todos os continentes. A porcentagem de pessoas que temem sofrer torturas no Brasil está muito acima da média. No país, 800 pessoas foram entrevistas, entre janeiro e fevereiro de 2014.
Veja aqui o relatório Torture in 2014, 30 Years of Brokens Promises, e também o resultado da pesquisa global sobre as práticas de tortura em Attitudes to Torture.
Para se informar mais sobre a campanha Chega de Tortura, leia também:
Nova campanha global da Anistia Internacional denuncia tortura como crise global.
Anistia Internacional acusa os governos da América de adotarem uma postura hipócrita a respeito da tortura
Enfrentando os torturadores, juntos.
"Este estudo demonstra que para uma grande maioria no país existe o temor de sofrer tortura se estiver sob custódia do Estado. Este é um dado relevante e mostra que o Brasil ainda tem muito a avançar no que diz respeito ao arraigado uso desta prática em seu território”, afirma Alexandre Ciconello, assessor de direitos humanos da Anistia Internacional Brasil.
Os dados relativos ao Brasil fazem parte de um estudo global sobre as atitudes com relação à tortura realizado pela Anistia Internacional em 21 países de todos os continentes. A porcentagem de pessoas que temem sofrer torturas no Brasil está muito acima da média. No país, 800 pessoas foram entrevistas, entre janeiro e fevereiro de 2014.
No estudo geral, os dados mostram que
aproximadamente a metade (44%) dos entrevistados teme ser submetida a
tortura se for detida no seu país. A enorme maioria (82%) acredita que
deveria existir uma legislação clara contra a tortura. Porém, mais de um
terço (36%) continua considerando que, em determinadas circunstâncias, a
tortura se justifica. No Brasil, o percentual de pessoas que defende
que a tortura é aceitável, de acordo com a circunstância, ficou na casa
dos 19%.
“Este é um dado positivo. Menos de 1/5 da população
brasileira defende que a tortura pode ser justificada, de acordo com a
circunstância em que ocorre. A média global foi quase o dobro”, destaca
Ciconello.
No lançamento da campanha Chega de Tortura, a Anistia Internacional apresenta seu relatório A tortura em 2014: 30 anos de promessas não cumpridas, que oferece uma perspectiva geral da prática da tortura no mundo de hoje.
Nos últimos cinco anos, a organização tem
denunciado torturas e outras formas de maus-tratos em, pelo menos, 141
países de todas as regiões do mundo: praticamente a totalidade dos
países em que atua. O caráter secreto desta prática faz com que o número
real de países em que é provável que se cometam torturas seja ainda
maior.
A Anistia Internacional pede aos governos que
implantem mecanismos de proteção para prevenir a tortura, como exames
médicos adequados, acesso rápido a advogados, controle independente dos
centros de detenção, investigações independentes e efetivas das
denúncias de tortura, julgamento dos supostos atores e indenização
adequada das vítimas.
A luta global da Anistia Internacional contra a tortura continua,
ainda que se concentre, a partir de agora, em cinco países em que esta
prática é generalizada e onde a organização acredita que pode obter um
impacto significativo. A espinha dorsal da campanha será constituída por
relatórios minuciosos com recomendações concretas sobre o México,
Nigéria, Marrocos, Filipinas e Uzbequistão.Veja aqui o relatório Torture in 2014, 30 Years of Brokens Promises, e também o resultado da pesquisa global sobre as práticas de tortura em Attitudes to Torture.
Para se informar mais sobre a campanha Chega de Tortura, leia também:
Nova campanha global da Anistia Internacional denuncia tortura como crise global.
Anistia Internacional acusa os governos da América de adotarem uma postura hipócrita a respeito da tortura
Enfrentando os torturadores, juntos.