terça-feira, 24 de março de 2015
Meta “90-90-90″ prevê que, até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não possam mais transmitir o víru
O Departamento de DST, AIDS e
Hepatites Virais do Ministério da Saúde sediou na última terça-feira (17), em Brasília, reunião do
grupo de trabalho que cuida da contribuição brasileira ao Relatório da Resposta
Global à AIDS (Global AIDS Response Global Reporting – GARPR), do Programa
Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).
Representantes do departamento,
de outras áreas do Ministério da Saúde e do governo estiveram reunidos com
membros de movimentos sociais, de estados e municípios e da academia, além de
representantes do UNAIDS e de outras agências da ONU. Os participantes
analisaram os esforços brasileiros entre 2014 e 2015 e discutiram os avanços na
luta contra o HIV neste período.
O Brasil tem até 2020 para
atingir a meta 90-90-90 assumida pelo país, perante a ONU, e que foi também
recentemente adotada pelo bloco dos BRICS (formado por Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul), entre outros países. A meta prevê que, até 2020, 90% de
todas as pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus; 90% das pessoas
diagnosticadas com HIV recebam terapia antirretroviral; e 90% das pessoas
recebendo tratamento possuam carga viral indetectável e não possam mais
transmitir o vírus.
Números da AIDS no Brasil
Durante a reunião, Fábio
Mesquita, diretor do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais do Ministério
da Saúde, apresentou os números da luta contra a AIDS no Brasil, demonstrando
que o país avança em relação ao cumprimento da meta. A estimativa é que 734 mil
pessoas vivam com o HIV em território nacional.
Destas, 589 mil (80%) estão
diagnosticadas (dados de 2013). Entre os diagnosticados, já aderiram ao
tratamento com antirretrovirais 404 mil pessoas (68,5%) – 49 mil delas somente
no ano passado –, e dentre os pacientes tratados, 338 mil (83%) encontram-se
com a carga viral indetectável – 45 mil deles somente em 2014.
Os resultados são fruto da
prevenção combinada do HIV, adotada no país desde 2013. Além do uso da
camisinha, a prevenção combinada inclui o tratamento antirretroviral, a
testagem regular do HIV, a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP Sexual), o
exame de HIV no pré-natal, medidas de redução de danos entre pessoas que usam
álcool e outras drogas e o tratamento de outras DSTs.
Com relação à meta de Zero
Discriminação, os representantes das ONGs foram consensuais em dizer que há
muito a se avançar no Brasil para diminuir o estigma em relação às pessoas
vivendo com o HIV. Como exemplo dessa permanente discriminação, representantes
de todos os setores presentes citaram a matéria exibida pelo programa da TV
Globo “Fantástico”, no último domingo (15), sobre os “barebackers” do Clube do
Carimbo, a qual contribuiu para acirrar o preconceito contra quem vive com o
HIV.