sábado, 30 de abril de 2016
UNAIDS debate estratégias de combate ao HIV com governo e sociedade civil do Brasil
Encontrou permitiu discussões
sobre o ‘rascunho zero’ da Declaração Política da ONU sobre Aids que será
finalizada em encontro da Assembleia Geral em junho. Versão inicial do
documento está passando por alterações de acordo com contribuições de diferentes
países.
No início da semana (25), o
Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) conduziu em
Brasília um encontro entre representantes da sociedade civil, do governo, da
academia e de organismos da ONU para debater o “rascunho zero” da Declaração
Política de 2016 sobre a epidemia da doença.
Atualmente em fase de
elaboração participativa, o documento terá sua versão final aprovada durante
uma reunião de alto nível na Assembleia Geral da ONU sobre a erradicação da
Aids, que acontece em Nova York, entre 8 e 10 de junho.
O encontro de segunda-feira
aconteceu no Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais (DDHAV) do Ministério
da Saúde e contou com a coordenação do diretor do organismo, Fábio Mesquita, do
chefe da Divisão de Temas Sociais do Ministério das Relações Exteriores, Carlos
Cuenca, da chefe adjunta da Assessoria de Assuntos Internacionais do Ministério
da Saúde, Thaísa Lima e da diretora do UNAIDS no Brasil, Georgiana Braga-Orillard.
“Nós queremos ouvir as
sugestões da sociedade civil para levar à reunião em junho o que a população
tem a dizer, juntamente com as propostas do governo brasileiro”, afirmou
Mesquita.
O diretor do DDAHV propôs
ainda que a delegação brasileira apresente sugestões de estratégias existentes
e bem-sucedidas para as sessões durante o evento na Assembleia Geral.
“Queremos levar à reunião de
alto nível não somente sugestões de texto para a Declaração Política, mas
também exemplos concretos dos êxitos que temos conseguido alcançar como, por
exemplo, o trabalho com a juventude”, disse.
O “rascunho zero” da
Declaração Política apresenta 74 itens que traçam os caminhos para a execução
da Aceleração da Resposta à Aids e para acabar com a epidemia da doença até
2030 – conforme previsto pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O documento inicial está passando por uma série de avaliações e debates junto
às populações e governos de cada país.
“O retorno que tivemos dos
participantes é de que o documento está bastante forte e representativo e que
agora o desafio será manter a linguagem de alto nível e a inclusão de todos os
temas prioritários, mesmo em um momento em que vemos uma onda de
conservadorismo ganhar força ao redor do mundo”, explicou Braga-Orillard.
O UNAIDS tem estimulado
consultas e discussões em todo o mundo com participação efetiva da sociedade
civil para que o documento final possa refletir o compromisso do planeta em
alcançar as metas da Agenda 2030.
Para a assessora de Projetos
Internacionais da organização não governamental Gestos – que também liderou o
encontro –, Juliana Cesar, é fundamental convocar os atores-chaves para discutir
a declaração que será publicada pela comunidade internacional.
“Esperamos que seja mantida a
sua prática de incorporar as considerações da sociedade civil em seus
posicionamentos e de incluir – desde já – integrantes da sociedade civil na
delegação oficial, um diferencial global brasileiro.”