quarta-feira, 1 de novembro de 2017
Homicídio de jovens no Brasil é parte de uma série de violações de direitos, diz agência da ONU
A cada
23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. Segundo dados do Ministério
da Saúde, das 60 mil pessoas assassinadas por ano no país, 67,9% têm entre 15 e
19 anos e, destes, 71,5% são negros e negras. Entre a população jovem negra
assassinada, 93,4% são do sexo masculino.
Para o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), os
homicídios são a ponta do iceberg de uma série de violações de direitos da
juventude. “É necessário fortalecer trajetórias e investir em juventude,
incluindo uma vida sem discriminação e violência, sem racismo, com o devido
acesso à Justiça, à educação de qualidade, à saúde e ao emprego digno”, afirmou
Anna Cunha, oficial de programa da agência da ONU.
Jovens negros são as principais
vítimas e estão em situação de maior vulnerabilidade à violência no Brasil.
Foto: EBC
A cada
23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil. Segundo dados do Ministério
da Saúde, das 60 mil pessoas assassinadas por ano no país, 67,9% têm entre 15 e
19 anos e, destes, 71,5% são negros e negras. Entre a população jovem negra
assassinada, 93,4% são do sexo masculino.
Esses
foram alguns dados apresentados pelo Fundo de População das Nações Unidas
(UNFPA) durante o Seminário Internacional Jovens entre Guerra e Paz, realizado
na segunda-feira (30) na Universidade Católica de Brasília.
Segundo
Anna Cunha, oficial de programa do UNFPA responsável pela área de juventude, as
principais vítimas de mortes violentas no Brasil são homens jovens negros e de
baixa escolaridade.
Embora
preocupantes, as mortes são apenas parte do problema. “Os homicídios são a
ponta do iceberg de uma série de violações de direitos da juventude. É
necessário fortalecer trajetórias e investir em juventude, incluindo uma vida
sem discriminação e violência, sem racismo, com o devido acesso à Justiça, à
educação de qualidade, à saúde e ao emprego digno”, afirmou.
O
seminário foi promovido pelo programa de pós-graduação em Psicologia Clínica e
Cultura da Universidade Católica de Brasília e reuniu profissionais de pesquisa
e de intervenção que atuam em periferias de Brasília, Rio de Janeiro, São
Paulo, Paris e outras cidades francesas.
O
objetivo foi o compartilhamento de resultados de estudos e de experiências na
construção de redes protetivas para adolescentes e jovens que vivem as
consequências da violência.
O
seminário foi destinado a profissionais e pesquisadores que atuam com
adolescentes e jovens de periferias de diferentes inserções institucionais e
segmentos das políticas públicas: saúde, assistência, educação, socioeducação,
justiça e promotoria da infância e juventude e direitos humanos.