domingo, 10 de dezembro de 2017
Chefe da ONU diz que ataque contra forças de paz na RDC constitui crime de guerra
Pelo menos 14 capacetes-azuis das Nações Unidas na República Democrática do Congo (RDC) foram mortos e muitos ficaram feridos no que o secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu como o “pior ataque” contra as forças de paz na história recente.
“Esses ataques deliberados contra as forças de paz da ONU são inaceitáveis e constituem crime de guerra”, disse Guterres, afirmando que condena a hostilidade de forma “inequívoca”.
Nesta foto de 2014, um capacete-azul da MONUSCO perto de veículo destruído atacado por milícia na região de Beni. Foto: MONUSCO/Sylvain Liechti
Pelo menos 14 capacetes-azuis das Nações Unidas na República Democrática do Congo (RDC) foram mortos e muitos ficaram feridos no que o secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu como o “pior ataque” contra as forças de paz na história recente.
Na quinta-feira (7), uma base operacional da MONUSCO, a missão de estabilização das Nações Unidas no Congo, na cidade de Beni, leste do país próximo à fronteira com a Uganda, foi atacada por elementos suspeitos das Forças Democráticas Aliadas (ADF).
“Esses ataques deliberados contra as forças de paz da ONU são inaceitáveis e constituem crime de guerra”, disse Guterres, afirmando que condena a hostilidade de forma “inequívoca”.
O chefe da ONU pediu que as autoridades do país investiguem o incidente, com o objetivo de levar os agressores rapidamente à Justiça. “Não deve haver impunidade para tais ataques, aqui ou em qualquer outro lugar”, ressaltou.
Guterres disse ainda que o ataque é outra indicação dos desafios enfrentados pelas forças de paz da ONU em todo o mundo, e reconheceu os sacrifícios feitos pelos países contribuintes de tropas a serviço da paz global.
“Essas mulheres e homens corajosos estão colocando suas vidas em jogo todos os dias em todo o mundo para servir à paz e proteger civis”, disse, oferecendo suas condolências às famílias das vítimas e recuperação rápida aos feridos.
Ele também informou que os reforços militares, incluindo o comandante das tropas da MONUSCO, chegaram ao local, e o atendimento médico das vítimas está em andamento.
A região de Beni já foi palco de vários ataques às forças de paz da ONU. Em outubro, dois capacetes-azuis foram mortos e outros 18 ficaram feridos, quando sua base também foi atacada por um grupo armado das ADF.