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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

‘Sonho americano’ está rapidamente virando ilusão, diz relator da ONU

Os Estados Unidos, um dos países mais ricos do mundo e considerado “terra de oportunidades”, está rapidamente se tornando campeão de desigualdades, de acordo com o relator especial das Nações Unidas para a pobreza extrema e os direitos humanos, Philip Alston.
“O sonho americano está rapidamente se tornando a ilusão americana, enquanto os EUA têm agora a menor taxa de mobilidade social de todos os países ricos”, disse o especialista independente nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU.
Sem-teto nas ruas de Nova Iorque. Foto: Flickr/drocpsu (CC)
Os Estados Unidos, um dos países mais ricos do mundo e considerado uma “terra de oportunidades”, está rapidamente se tornando campeão de desigualdades, de acordo com o relator especial das Nações Unidas para a pobreza extrema e os direitos humanos, Philip Alston.
pobreza consolidada pode piorar ainda mais com as políticas propostas pela administração Trump, alertou o especialista em comunicado após visita de duas semanas a Califórnia, Alabama, Geórgia, Virgínia Ocidental e Washington D. C., assim como Porto Rico.
“O sonho americano está rapidamente se tornando a ilusão americana, enquanto os EUA têm agora a menor taxa de mobilidade social de todos os países ricos”, disse o especialista independente nomeado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para analisar a situação de pobreza e de direitos humanos nos países do mundo.
“O excepcionalismo americano foi um tema constante nas minhas conversas. Mas em vez de perceberem os compromissos admiráveis ​​de seus fundadores, os EUA de hoje provaram ser excepcionais de formas muito mais problemáticas, em chocante desacordo com sua imensa riqueza e seu compromisso fundamental com os direitos humanos.”
“Não há outro país desenvolvido onde tantos eleitores estão privados de seu direito ao voto e onde tão poucos eleitores pobres ainda se importam em ir às urnas, e onde os eleitores comuns geralmente têm tão pouco impacto nas decisões políticas. Não há outro país desenvolvido no qual tantos cidadãos estão atrás das grades.”
Ele continuou: “fiquei impressionado com a extensão em que as narrativas caricaturadas sobre as supostas diferenças inatas entre ricos e pobres foram vendidas ao eleitorado por alguns políticos e meios de comunicação, e foram autorizadas a definir o debate. Os ricos são industriais, empreendedores, patrióticos e impulsionadores do sucesso econômico. Os pobres são gastadores, perdedores e golpistas”.
“Apesar de isso contradizer os fatos, alguns políticos e nomeados políticos com quem conversei acreditavam na narrativa de que tais golpistas estariam sentados em sofás confortáveis, assistindo à TV, enquanto usavam seus smartphones, tudo supostamente pago pela previdência social”, disse. “Me pergunto quantos desses políticos já visitaram regiões pobres, ou mesmo conversaram com as pessoas que moram ali”.
Dados mais recentes do censo norte-americano, de setembro deste ano, indicaram que mais de 40 milhões de pessoas — um a cada oito norte-americanos — viviam na pobreza. Quase metade desse total, ou 18,5 milhões de pessoas, viviam em extrema pobreza.
De acordo com o especialista, em geral se pensa que os pobres vêm de grupos étnicos minoritários, mas os dados indicam que há 8 milhões a mais de brancos vivendo na pobreza na comparação com afrodescendentes. “A face da pobreza na América não é apenas negra ou hispânica, mas também branca, asiática e de muitas outras cores”, declarou.
O relator especial expressou temor de que mudanças propostas no sistema tributário e de previdência social nos EUA possam ter consequências devastadoras para os 20% mais pobres do país.
“A proposta de reforma fiscal parece uma tentativa de tornar os EUA a sociedade mais desigual do mundo”, disse o especialista. “Ampliará muito os já altos níveis de desigualdade de riqueza e de renda entre o 1% mais rico e e os 50% mais pobres do país”.
“Os cortes dramáticos na previdência social, ancorados pelo presidente Trump e pelo (presidente da Câmara dos Representantes, Paul) Ryan, e que já estão sendo implementados por esta administração, irão essencialmente destruir dimensões cruciais de uma rede de seguridade que já está cheia de buracos.”
O relatório final da visita de Philip Alston aos EUA estará disponível no fim do primeiro semestre do ano que vem e será apresentado ao Conselho de Direitos Humanos em Genebra em junho de 2018.

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