“Vemos mais e mais conflitos surgirem, e antigos conflitos sem soluções à vista; e é por isso que o que acontece na Colômbia tem uma importância simbólica fundamental para o mundo”, disse António Guterres em visita ao país; missão da ONU promove iniciativas de sustentabilidade da paz após o fim de cinquenta anos de conflito civil.

O chefe das Nações Unidas visitou neste final de semana a Colômbia, onde foi recebido pelo presidente do país, Juan Manuel Santos. A visita de António Guterres à nação sul-americana demonstrou o apoio da ONU aos esforços de paz.

O secretário-geral se reuniu também com integrantes do governo colombiano, das Forças Armadas e de lideranças das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, as FARC, que firmou um acordo de paz com o governo em setembro de 2016.

Antes da viagem, o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, informou que o chefe da ONU também faria encontros com representantes da Igreja Católica, da sociedade civil e da Missão de Verificação das Nações Unidas, além da equipe da organização que trabalha no país.

Guterres conheceu projetos locais e se encontrou com ex-combatentes das FARC que estão sendo reintegrados à sociedade.

“Vemos mais e mais conflitos surgirem, e antigos conflitos sem soluções à vista; e é por isso que o que acontece na Colômbia tem uma importância simbólica fundamental para o mundo”, disse Guterres em entrevista coletiva no palácio presidencial, após reunião com o presidente colombiano.

Guterres fez um balanço das realizações que se seguiram ao acordo de paz entre o governo e as FARC, momento histórico que encerrou 50 anos de conflito.

O chefe da ONU também busca revigorar a implementação do acordo de paz, incluindo o processo de reintegração de ex-combatentes rebeldes na sociedade e garantir que os colombianos se comprometam a manter as iniciativas de paz.

“Esta missão é claramente uma missão de solidariedade com a Colômbia e com o povo colombiano em um momento histórico e de enorme importância para o país, para a América Latina e para o mundo”, disse Guterres.

O secretário-geral foi acompanhado pela embaixadora da Colômbia junto à ONU, María Emma Mejía, e pelo representante especial das Nações Unidas no país, Jean Arnault, que chefia a Missão de Verificação.

Ainda nesta semana, Arnault discursou no Conselho de Segurança sobre as conversações entre o governo e um outro grupo armado, o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Arnault afirmou que o clamor pela contínua suspensão das ações militares no país é unânime, apesar das várias imperfeições do cessar-fogo. Ele disse ainda que organizações sociais, acadêmicos, setor privado e autoridades locais querem a continuidade do acordo de cessar-fogo entre o ELN e o governo colombiano.

Na semana passada, a Missão de Verificação da ONU na Colômbia e a Conferência Episcopal da Igreja Católica deixaram claro que é preciso manter o nível baixo de violência que prevaleceu durante os últimos três meses. Ambas as instituições ajudam a monitorar o cessar-fogo.