domingo, 7 de janeiro de 2018
Países islâmicos exigem que ONU reconheça Palestina e divida Jerusalém
Liga árabe deve levar o assunto para votação ainda este mês
A Liga Árabe, união política de 22 nações
de governo islâmico, está preparando uma “ofensiva diplomática” cujo objetivo é
fazer a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhecer a Palestina como nação.
Isso incluiria decretar Jerusalém Oriental como sua capital, afirmou o ministro
das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi.
Os chanceleres de Egito, Marrocos, Arábia Saudita, Emirados Árabes
Unidos, Palestina e Jordânia reuniram-se em Omã. O objetivo é gerar um
movimento de oposição à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
de reconhecer Jerusalém como
capital de Israel. Eles sabem que o domínio islâmico
na ONU está consolidado, tendo em vista as constantes resoluções
aprovadas na entidade contra Israel.
A questão da mudança de status de Jerusalém já foi votada no Conselho de
Segurança da ONU em 18 de dezembro, quando Washington
precisou usar seu poder de veto. O assunto foi levado para a Assembleia Geral
da ONU, onde
128 países decidiram torná-la “nula e sem efeito”. Mesmo
assim, Trump não voltou atrás.
Após o encontro deste sábado (6) o
secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit anunciou a realização de uma
“reunião ministerial ampliada” no fim de janeiro. Por sua vez, o rei Abdullah
II, da Jordânia, disse que a questão de Jerusalém é fundamental para “um acordo
de paz justo e duradouro” entre palestinos e israelenses. Para ele, a mediação
dos EUA está ameaçada pelo viés israelense demonstrado pelo atual presidente,
mas não disse que poderia assumir esse papel.
A Jordânia é o país responsável por atuar como “guardiã dos lugares
sagrados do Islã” e desde 1967 tem o controle do Monte do Templo. Para os
jordanianos, a decisão de Trump é “uma violação do direito internacional”. O
ministro Safadi insiste que “segundo as leis internacionais, Jerusalém é um
território ocupado”.
“Tentaremos obter (…) [na ONU] o
reconhecimento de um Estado palestino, com Jerusalém Oriental como sua capital,
obedecendo a delimitação das fronteiras de junho de 1967”, afirmaram os
representantes da Liga Árabe. A posição anunciada agora repete o que foi
decidido na cúpula extraordinária da Organização para a
Cooperação Islâmica (OCI), em Istambul, dia 13 de dezembro, sob
a liderança do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Atualmente, a Palestina, um estado não contíguo, que reúne a Faixa de
Gaza e a Cisjordânia, possui o status de “estado observador” e não é
reconhecida como nação pela maioria dos países. O Brasil foi o primeiro país
não islâmico a hospedar uma embaixada
pelestina em seu território.
O reconhecimento pela ONU da Palestina como uma nação independente
resultaria em uma disputa armada pelos territórios disputados com Israel. Caso
sejam observadas as linhas de demarcação de 1967, Jerusalém seria
necessariamente dividida em duas.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu já declarou diversas vezes que
seu país não abriria mão de Jerusalém, que completou 50 anos de unificação em
2017. Após o final da Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel retomou da Jordânia
a porção ocidental da cidade. Com informações de Times of Israel
Fonte: Gospel Prime
Fonte: Gospel Prime