sábado, 6 de janeiro de 2018
Rússia e EUA 'duelam' na ONU sobre protestos no Irã
Moscou acusou Washington de interferir em "assuntos internos"
Em reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, os Estados Unidos acusaram nesta sexta-feira (5) o Irã de "privar seu povo dos principais direitos humanos" e de financiar "ditadores e assassinos".
O Irã é peça-chave dos
conflitos em curso no Oriente Médio, como na Síria e no Iêmen. No primeiro,
apoia o regime de Bashar al Assad contra rebeldes; no segundo, está ao lado dos
revoltosos iemenitas houthis. Em ambos os casos, exerce um papel de antagonismo
em relação à Arábia Saudita, a outra potência da região.
Parceira do Irã no conflito
sírio, a Rússia acusou os Estados Unidos de "abusarem da plataforma do
Conselho de Segurança", exagerando na convocação de reuniões de
emergência. "Lamentamos a perda de vidas humanas, mas deixemos que o Irã
cuide dos próprios assuntos internos", disse o embaixador de Moscou na
ONU, Vasily Nebenzya.
"Segundo sua lógica [dos
EUA], devíamos ter tido reuniões após os episódios em Ferguson e do Occupy Wall
Street", acrescentou, em referência a duas grandes ondas de manifestações
que aconteceram nos Estados Unidos nos últimos anos.
Na prática, o Conselho de
Segurança não tomou nenhuma medida concreta contra o Irã, e o encontro serviu
mais para cada lado fazer valer seu ponto de vista.
FONTE: TERRA