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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

‘Retórica perigosa’ aumenta risco de conflito na península coreana, alerta chefe da ONU

Ao Conselho de Segurança, secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que está profundamente preocupado com o risco de confronto militar na península coreana, “inclusive como resultado de erros de cálculo”. Em outro comunicado, especialista da ONU alerta para implicações das sanções contra a Coreia do Norte para as pessoas vivendo na pobreza.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, durante encontro no Conselho de Segurança sobre a não proliferação de armas nucleares e a Coreia do Norte. Foto: ONU/Manuel Elias
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse na sexta-feira (15) que está profundamente preocupado com o risco de confronto militar na península coreana, “inclusive como resultado de erros de cálculo”.
“Enquanto todos os interessados procuram evitar uma escalada acidental que leve ao conflito, o risco está sendo multiplicado por excesso de confiança, narrativas e retórica perigosas e falta de canais de comunicação”, disse o secretário-geral ao Conselho de Segurança da ONU em reunião ministerial, convocada pelo Japão, sobre os desafios colocados pela Coreia do Norte à paz e à segurança internacionais.
Descrevendo a situação na península coreana como “a questão de paz e segurança mais tensa e perigosa no mundo de hoje”, Guterres alertou: “Qualquer ação militar teria consequências devastadoras e imprevisíveis”.
Em seu informe, Guterres disse que a unidade do Conselho de Segurança é essencial para alcançar o objetivo da desnuclearização de forma pacífica e ressaltou que os canais de comunicação, inclusive os militares, devem ter restabelecidos e fortalecidos para reduzir as tensões na região.
“O Secretariado [da ONU] e eu somos seu parceiro neste esforço. Meus bons ofícios permanecem sempre disponíveis”, acrescentou.
Guterres também observou a necessidade de desassociar a situação de paz e segurança na Coreia do Norte das necessidades humanitárias.
Setenta por cento da população do país é afetada pela insegurança alimentar e 40% está desnutrida; cerca de US$ 114 milhões são necessários para atender às necessidades urgentes.
No entanto, o apelo às necessidades e prioridades humanitárias da Coreia do Norte de 2017 foi financiado em apenas 30%, a apenas alguns dias do fim do ano.
Pedindo aos Estados-membros da ONU – e em particular aos representados pelo Conselho de Segurança – que considerem os imperativos humanitários, Guterres disse: “O povo da Coreia do Norte precisa da nossa generosidade e ajuda”.
Na quinta (14), Guterres realizou uma breve visita a Tóquio e fez um apelo à Coreia do Norte e a outros países para implementar as resoluções relevantes do Conselho de Segurança para desnuclearizar a península.
Perguntado sobre o que a ONU pode fazer de forma concreta sobre a situação, ele disse que o Conselho de Segurança tomou as decisões certas, e o Secretariado tem que explorar todas as formas de transmitir as mensagens necessárias para que essas decisões sejam implementadas de forma pacífica.
“Nós não somos fabricantes de milagre. Nós somos pessoas comprometidas com uma causa, e essa causa é a causa da paz e segurança de acordo com o direito internacional”, disse ele.
A uma pergunta sobre uma possível visita à Coreia do Norte, o secretário-geral disse que iria a qualquer lugar quando fosse útil.
“Mas não estou visando um protagonismo apenas para aparecer nas câmeras das televisões”, disse ele. “Estamos disponíveis, mas só podemos mediar quando ambas as partes aceitam nossa mediação.”
O objetivo principal da viagem do secretário-geral ao Japão era participar do Fórum sobre Cobertura Universal de Saúde 2017, realizado em Tóquio.

Especialista diz que cotidiano na Coreia do Norte é ‘luta por sobrevivência básica’

A vida de muitos norte-coreanos foi reduzida à “pura sobrevivência econômica”, disse um especialista em direitos humanos das Nações Unidas depois de se encontrar com aqueles que fugiram recentemente do país.
As pessoas que vivem no campo enfrentam uma situação especialmente grave, disse Tomás Ojea Quintana, relator especial das Nações Unidas sobre a situação dos direitos humanos no país, em um comunicado após uma visita de quatro dias à Coreia do Sul para entrevistas com norte-coreanos.
“As pessoas que entrevistei colocaram uma imagem muito sombria da vida cotidiana, particularmente no campo”, disse Ojea Quintana. “É uma vida marcada por trabalho forçado árduo, com uma queda total nos serviços básicos que o Estado deve fornecer e pessoas sendo abandonadas.
“A ideia de autoconfiança – o Juche –, que era o próprio fundamento da Coreia do Norte, parece na realidade ter se afastado da ação coletiva das massas para uma forma individual de autossuficiência e sobrevivência, onde as pessoas são obrigadas a assegurar para si as necessidades básicas para a sua sobrevivência”.
O trabalho humanitário da ONU na Coreia do Norte estava sendo restringido como resultado das sanções do Conselho de Segurança, observou o relator especial, ressaltando que o potencial impacto adverso nos direitos humanos e nos meios de subsistência deve ser considerado quando as sanções internacionais forem projetadas e implementadas.
Ele também exortou a Coreia do Norte a produzir dados substantivos sobre o impacto das sanções sobre a população e a iniciar comunicações regulares com os mecanismos de direitos humanos da ONU e do Conselho de Segurança sobre o assunto.

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